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terça-feira, 22 de abril de 2025

ESTREIA DO ESPETÁCULO DE DANÇA ANCESTRAIS TRAZ TEMAS COMO IDENTIDADES E AFIRMAÇÃO ÉTNICA

 

 

Em abril tem estreia do Projeto de Dança Ancestrais no Pagode do Quilombo do Barranco de São Benedito juntamente com os festejos de São Benedito.

O projeto foi idealizado pela professora, produtora cultural, multiartista Cléia Alves e foi contemplado no Edital Macro de Chamamento Público n° 002/2024, Lei n° 14.399, Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura- PNAB MANAUS, Fundação Nacional Manauscult, Concultura, Prefeitura de Manaus, Ministério da Cultura.

Cléia Alves assina a direção, concepção e será a intérprete do espetáculo solo. A pesquisa teve início em 2021 e participou neste mesmo ano no “Solo Amazônico Convida” idealizado pela professora, produtora e bailarina Francis Baiardi, realizado no Teatro da Instalação.

SOBRE A CRIAÇÃO DA OBRA

Segundo a coreografa a temática dessa pesquisa em dança se deu por perceber que acontece no Brasil uma propagação da cultura do ódio e um crescente número de atos de racismo, violência, retirada de direitos, discriminação e intolerância religiosa principalmente com o povo negro e povos originários no Brasil.
Através da movimentação da capoeira, do samba, maracatu, dança dos orixás, também com seus textos e poesias, e em alguns momentos tocando percussão e cantando pontos das religiões de matrize africana, Cléia Alves conduz para uma viagem de reflexões, inquietações e memórias sobre o legado do povo negro e povos originários.

IMPRESSÕES E RELATOS DA COREÓGRAFA

Cléia Alves nos conta que:
” Nesse espetáculo eu abordo um pouco da minha trajetória como artista e militante que vem atuando junto aos grupos de maracatu, samba de roda, movimento Hip Hop, movimentos sociais com mulheres como o Fórum Permanente de Mulheres de Manaus, Fórum das Mulheres Afro-ameríndias e Caribenhas, Mulheres em Conexão, e movimentos de negritude com a Frente Unida da Capoeira Tradicional do Amazonas, Grupo Cultural Malungo Dudu e parcerias com a Associação das Crioulas do Quilombo do Barranco de São Benedito. Para mim falar sobre esses assuntos como identidades, ancestralidades, pertencimento, autoestima e afirmação étnica é um ato de resistência e existência, pois acredito que o meu corpo, a minha arte é um ato político no Amazonas”.

IMPRESSÕES E RELATOS DA EQUIPE SOBRE O ESPETÁCULO ANCESTRAIS

O Mestre de capoeira KK Bonates que também é um colaborador artístico da obra, considera que o espetáculo Ancestrais é uma singela beleza artística da unimultiplicidade do ser humano.
Thyene Viana que está na produção e assistência de coreografia nos conta que: “Como produtora, eu procuro dar o meu melhor dentro desse lugar que é a produção. Para mim é uma experiência magnífica estar nesse trabalho com uma artista que tem 40 anos de carreira, uma mulher afroameríndia que admiro, com muita consciência do assunto que me atravessa de uma maneira que me deixa lisonjeada de estar participando nessa produção de Ancestrais.
Como assistente de coreografia é um desafio para eu estar com uma artista como Cléia Alves que tem toda uma formação, toda uma trajetória, eu sempre busco estar atenta aos objetivos dela, procuro fazer as minhas anotações a partir do que eu assisto, do que ela também quer dizer e faço as considerações, e buscamos um diálogo para que possamos ir melhorando o ensaio a cada dia”.

Francis Baiardi que estará como mediadora das rodas de conversas após as apresentações nos diz que: “Sobre a obra Ancestrais, eu acredito que seja um marco na carreira da querida amiga e irmã Cléia Alves por ser um atravessamento de memórias, muitas memórias de mulheres que ela carrega, e que desde muito jovem, eu percebi isso, quando ela cria o primeiro grupo de dança afro Malungo Dudu em 1993 e que eu tive o privilégio de participar. Ancestrais é uma obra potente porque Cléia Alves apresenta bastante pesquisa e consciência de suas memórias afetivas com uma verdade que emociona e nos faz refletir sobre uma escuta sensível do planeta e dos seus Ancestrais”.

Apoio: Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Governo do Estado do Amazonas, Associação de Crioulas do Quilombo do Barranco de São Benedito, Comunidade Quilombola Sagrado Coração de Jesus Lago de Serpa, ESAT-Universidade Estadual do Amazonas, Escola Estadual Cacilda Braule Pinto.

Temporada Espetáculo Ancestrais
Estreia: dia 27.04.25
Hora: 10:00 às 11:00
Local: Pagode do Quilombo do Barranco de São Benedito, Praça 14.
Acesso gratuito.

Comunidade Quilombola Sagrado Coração de Jesus Lago de Serpa
Ramal Osório da Fonseca 02KM
Itacoatiara-AM
Dia: 11.05.25
Hora: 09:00 às 10:00

Escola Cacilda Braule Pinto
Di:14.05.25
Hora: 14:00 às 15:00
Rua São Pedro, n.548
Bairro Coroado

ESAT-UEA
Dia:20.05.25
Hora: 16:00 às 17:00
Rua Leonardo Malcher
Praça 14.

Teatro da Instalação
Dias: 29 e 30.05
Hora: 19:00
Centro

  

Os ingressos são gratuitos e após as apresentações terá uma roda de conversa com o público presente.

Da Redação

quarta-feira, 26 de março de 2025

Bolsonaro vira réu por tentativa de golpe de Estado com unanimidade dos votos na 1ª Turma do STF

 

Por Fernanda VivasMárcio Falcão, TV Globo — Brasília

 

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira (26) para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados réus por tentativa de golpe de Estado em 2022. Os cinco ministros votaram para aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os votos foram dos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen LúciaCristiano Zanin. Agora, os acusados passarão a responder a um processo penal — que pode levar a condenações com penas de prisão (entenda mais abaixo).

Bolsonaro no Aeroporto de Brasília em 6 de março de 2025 — Foto: Adriano Machado/Reuters

Bolsonaro no Aeroporto de Brasília em 6 de março de 2025 — Foto: Adriano Machado/Reuters

Quem são os denunciados que se tornaram réus:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

Esses oito nomes compõem o chamado “núcleo crucial” da tentativa de ruptura democrática, segundo a PGR.

Cristiano Zanin também acompanha Alexandre de Moraes. Julgamento termina em 5 a 0 para aceitar a denúncia

O voto de Alexandre de Moraes

 

Relator da ação, Moraes foi o primeiro a votar, em um longo voto de 1h50min. Ele defendeu o recebimento da denúncia contra os oito investigados e destacou que:

  • Há descrição satisfatória da organização criminosa, com divisão de tarefas e hierarquia;
  • Bolsonaro liderou uma estrutura que usou mentiras sobre o sistema eleitoral para instigar o golpe;
  • O grupo agiu de forma coordenada até janeiro de 2023, buscando abalar o Estado Democrático de Direito;
  • “Não houve um domingo no parque”, disse Moraes, ao exibir vídeos da invasão aos Três Poderes no 8 de Janeiro;
  • Afirmou que, mesmo após a derrota nas urnas, Bolsonaro mandou que os militares publicassem notas técnicas para manter seus apoiadores nos quartéis;
  • Disse que o então presidente “manuseava e discutiu a minuta do golpe”;
  • E destacou: “Até a máfia poupa familiares. A organização criminosa em questão não teve esse pudor.”
Moraes: Não há nenhuma dúvida que Bolsonaro conhecia e discutiu minuta do golpe

O voto de Flávio Dino

 

Em seguida, o ministro Flávio Dino também votou pelo recebimento da denúncia e afirmou que:

  • As defesas não negaram a tentativa de golpe, mas buscaram isentar seus clientes de responsabilidade;
  • Disse que a materialidade dos crimes está evidente e reforçou:

 

“Houve violência e poderia ter produzido danos de enorme proporção. A conduta é tentar. Se fosse consumado, não teria juízes pra julgar”;

  • Ressaltou que o caso exige debate em instrução processual para avaliar se alguém desistiu do plano no caminho;
  • Concluiu que o acervo probatório apresentado pela PGR é robusto e atende aos requisitos legais para abertura da ação penal.

O voto de Luiz Fux

 

O ministro Luiz Fux também votou a favor do recebimento da denúncia, consolidando a maioria. No entanto, divergiu dos colegas quanto ao local de julgamento, defendendo que a análise fosse feita pelo plenário do STF, e não pela Primeira Turma.

Veja os principais pontos do voto de Fux:

  • Ressaltou a importância da democracia e lembrou sua atuação como presidente do STF durante a pandemia. Mencionou que, mesmo em momentos de tensão, manifestações na Praça dos Três Poderes ocorreram sem incidentes, ao contrário do que se viu nos atos golpistas.

 

“Não se pode, de forma alguma, dizer que não aconteceu nada”, afirmou.

  • Endossou o voto de Alexandre de Moraes, dizendo que o relator deixou claro quem fez o quê.

 

“O ministro Alexandre esclareceu quem fez o quê”, declarou.

  • Sobre os crimes imputados pela PGR, reconheceu a possibilidade de que haja sobreposição entre os tipos penais (golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito), mas que isso será analisado ao longo da instrução.

 

“É possível que haja o mesmo fato, coincidência de ambas as normas. Mas também é possível que, no curso da instrução, se chegue à conclusão de que há, na verdade, um conflito aparente”.

  • Destacou que atos preparatórios e tentativa são fases normais no caminho do crime, e que o julgamento aprofundado depende do recebimento da denúncia.

 

“Todo crime tem atos preparatórios. Todo crime tem tentativa. Está na lei. Então, tudo isso vai ser avaliado”.

  • Defendeu que o julgamento deve considerar o contexto dos atos e das pessoas envolvidas, especialmente na dosimetria da pena. Citou o caso de uma mulher que pichou a estátua da Justiça e anunciou que revisará sua pena:

 

“Eu quero analisar o contexto em que se encontrava essa senhora”.

Voto de Cármen Lúcia

 

Em seu voto, a ministra elencou os seguintes pontos:

  • Ela classificou os ataques à democracia como parte de uma engrenagem que se estruturou ao longo do tempo e rejeitou qualquer tentativa de minimizar os fatos de 8 de janeiro de 2023.

 

“Não foi uma festinha de final de tarde, em que todo mundo resolveu comparecer e usar paus e pedras para arrebentar com tudo.”

  • Cármen citou a historiadora Heloisa Starling ao afirmar que “não se faz um golpe em um dia” e que esse tipo de movimento “não acaba em uma semana, nem em um mês”. Para ela, os atos golpistas foram o desfecho de um processo longo e articulado.
  • A ministra revelou que, diante do clima de instabilidade após o segundo turno das eleições, pediu a antecipação da diplomação do presidente eleito para o dia 12 de dezembro. Segundo ela, havia sinais preocupantes:

 

“Havia alguma coisa que eu não entendia muito bem. As pessoas não entendiam muito bem.”

  • Cármen reafirmou a confiança na Justiça Eleitoral:

 

“É confiável, seguro, hígido o processo eleitoral brasileiro.”

  • E foi enfática ao condenar os riscos de ruptura institucional:

 

“Ditadura mata. Ditadura vive da morte, não apenas da sociedade, da democracia, mas de seres humanos de carne e osso.”

  • A ministra reforçou que “o golpe não teve êxito, senão não estaríamos aqui”, mas disse que é necessário reconstruir os acontecimentos a partir de sua origem:

 

“O que é preciso é desenrolar do dia 8 pra trás, para chegarmos a esta máquina que tentou desmontar a democracia. Porque isso é fato.”

Voto de Zanin

 

Último a votar na sessão desta quarta-feira (26), o ministro Cristiano Zanin também acompanhou os colegas da Primeira Turma do STF e votou para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro e sete aliados, por tentativa de golpe de Estado.

  • Zanin destacou que a denúncia da PGR não se baseia unicamente na delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mas sim em um conjunto amplo e consistente de provas:

 

“Longe de ser uma denúncia amparada exclusivamente em uma delação premiada, o que se tem aqui são diversos documentos, vídeos, materiais que dão amparo àquilo que foi apresentado pela acusação.”

  • O ministro também rebateu um dos principais argumentos das defesas, que tentaram desvincular seus clientes dos atos de 8 de janeiro, por eles não estarem fisicamente presentes no dia:

 

“Não adianta dizer que a pessoa não estava no dia 8 de janeiro se ela participou de uma série de atos que culminaram” nos ataques às sedes dos Três Poderes.

O que acontece agora?

 

Os oito denunciados passarão à condição de réus. A partir daí, será aberta uma ação penal na qual PGR e defesas poderão apresentar provas e depoimentos.

No final do processo, os ministros julgarão se houve crime e, se condenados, os réus poderão pegar penas de prisão.

O que diz a denúncia?

 

A PGR afirma que Bolsonaro e aliados formaram uma organização criminosa estável, com divisão de tarefas, para promover a ruptura democrática. Os crimes apontados são:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Organização criminosa
  • Dano qualificado ao patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

 

E o que disseram as defesas?

 

Durante a sessão de terça-feira (25), os advogados dos denunciados:

  • Não negaram que houve articulação para um golpe, mas alegaram que seus clientes não participaram;
  • Reclamaram da quantidade de documentos e da suposta falta de acesso integral às provas;
  • Defenderam que a denúncia é inepta e pediram sua rejeição.

domingo, 19 de janeiro de 2025

Léo Batista, a ‘voz marcante’ do jornalismo brasileiro, morre no Rio aos 92 anos

 

Morre, aos 92 anos, o jornalista e apresentador Leo Batista

Morreu neste domingo (19), aos 92 anos, o jornalista, apresentador e locutor Léo Batista, um dos maiores nomes da história do jornalismo esportivo brasileiro.

Dono de uma “voz marcante”, como ficou conhecido, ele estava internado desde 6 de janeiro no Hospital Rios D’Or, na Freguesia, Zona Oeste do Rio. Ele foi diagnosticado com um tumor no pâncreas.

Em mais de 70 anos de carreira, Léo Batista deu voz a notícias como a morte de Getúlio Vargas e participou de quase todos os telejornais da TV Globo, onde trabalhou por 55 anos – até pouco antes de ser internado.

Início como locutor de alto-falante

 

Léo Batista, nascido João Baptista Belinaso Neto em 22 de julho de 1932, em Cordeirópolis, interior de São Paulo, começou a carreira nos anos 1940. Incentivado por um primo, participou e foi aprovado em um concurso para locutor do serviço de alto-falante de Cordeirópolis. “Serviços de alto-falantes América, transmitindo da Praça João Pessoa!”, dizia.

Léo Batista — Foto: TV Globo/Acervo

Léo Batista — Foto: TV Globo/Acervo

Início da carreira

 

Filho de imigrantes italianos, Léo Batista deixou o colégio interno aos 14 anos para ajudar a família. Mudou-se para Campinas para completar os estudos e trabalhou como garçom e faz-tudo na pensão do pai antes de se dedicar ao rádio.

Começou na Rádio Birigui e passou por várias rádios do interior paulista, onde narrava jogos de futebol e elaborava noticiários.

“Em Cordeirópolis, de mansinho, eu ia treinando com uma lata de massa de tomate na beira do campo: ‘Bola para fulano… Bateu na trave… Gol!’ Treinei bastante. Meu sonho era transmitir um jogo”, contou Léo, em entrevista ao Memória Globo.

 

Em 1952, mudou-se para o Rio de Janeiro e foi contratado pela Rádio Globo, onde trabalhou como locutor e redator de notícias. Seu primeiro trabalho na rádio, ainda como Belinaso Neto, foi no programa “O Globo no Ar”. Dois anos depois, passou a integrar a equipe esportiva da rádio.

Léo Batista estreou na locução esportiva na Rádio Globo ao narrar a partida entre São Cristóvão e Bonsucesso, no Maracanã.

Antes do jogo, ele ainda era conhecido como Belinaso Neto. Mas o então chefe Luiz Mendes (1924 – 2011) achava seu nome original pouco sonoro e disse que teria que mudar. Para escolher como seria chamado, o “paulistinha” – como o chamava Mendes – escreveu algumas opções em um papel e seus colegas votaram, por unanimidade, em “Léo Batista”.

“O curioso é que a família, minha irmã, minha mãe, ninguém mais me chamou pelo outro nome. Para todos, passei a ser Léo”, revelou ao Memória Globo.

ESTREIA DO ESPETÁCULO DE DANÇA ANCESTRAIS TRAZ TEMAS COMO IDENTIDADES E AFIRMAÇÃO ÉTNICA

  22 de abril de 2025   Mario Batista de Lima   Cultura   Em abril tem estreia do Projeto de Dança Ancestrais no Pagode do Quilombo do Barra...