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quarta-feira, 6 de março de 2024

Ao lado do premiê da Espanha, Lula diz que é preciso enfrentar extremismo, racismo e discursos de ódio

Presidente brasileiro e primeiro-ministro Pedro Sánchez fizeram declaração à imprensa nesta quarta-feira (6), após reunião bilateral. Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília           Primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, e presidente Lula durante assinatura de atos            no Palácio do Planalto — Foto: TV Globo/Reprodução O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (6), ao lado do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que é preciso enfrentar extremismo, racismo e discursos de ódio. Já Sanchez afirmou que Brasil e Espanha compartilham muitos pontos, entre os quais, interesses comerciais sólidos, e que há desejo de estreitar os vínculos. O presidente brasileiro e o premiê espanhol fizeram uma declaração à imprensa no início da tarde, no Palácio do Planalto, em Brasília. Momentos antes, os dois assinaram atos de cooperação entre os dois países. Sem citar o jogador de futebol Vinicius Jr, atacante do Real Madri e da seleção brasileira, Lula afirmou que Brasil e Espanha "têm registrado episódios de racismo, de discriminação racial e de xenofobia, inclusive na área de esportes de grande público". O atleta é alvo frequente de atos racistas por parte de torcedores em estádios na Espanha. "Só um projeto social inclusivo nos permitirá erigir sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas", disse o presidente. Lula citou desafios comuns aos dos países, como a regulação da inteligência artificial, o enfrentamento às mudanças climáticas, e a tributação de superricos. Sobre essas questões, Lula disse que é "preciso unir todos os democratas". "Espanha e Brasil são duas grandes democracias que enfrentam o extremismo, a negação da política e o discurso de ódio, alimentados por notícias falsas. Nossa experiência no enfrentamento da extrema direita, que atua coordenada internacionalmente, nos ensina que é preciso unir todos os democratas. Não se pode transigir com o totalitarismo nem se deixar paralisar pela perplexidade e pela incerteza ante a essas ameaças." Discurso de Sánchez Já o primeiro-ministro espanhol disse que os países vão institucionalizar um mecanismo de diálogo. Ele destacou a importância de "defender a democracia dos ataques de extremistas", e citou os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Sánchez declarou que o Brasil é um destino atrativo para investimentos espanhois e afirmou que os países têm potencial de cooperação para o desenvolvimento sustentável. Também agradeceu o esforço de Lula para avançar na conclusão do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que está em fase de revisão, sem perspectiva de entrar em vigor. Conflitos em Gaza e na Ucrânia Lula voltou a afirmar que Israel promove um "genocídio" dos palestinos na Faixa de Gaza. O presidente repetiu que o Brasil condenou o ato terrorista do Hamas, que o país tem "comportamento muito ativo" para buscar um acordo de paz e pressionou para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas assegure uma parada humanitária no conflito. "Não sejamos algoritmos. Sejamos seres humanos de verdade. E percebamos que o que está acontecendo lá é um verdadeiro genocídio que já mataram 30 mil pessoas, dos quais, 80% mulheres, 8 mil crianças. Não é possível continuar essa matança sem que Conselho de Segurança da ONU pare essa guerra e permita que chegue alimento, que chegue remédio", afirmou Lula. Sanchez foi questionado se concorda com a posição de Lula a respeito de um genocídio em Gaza. O primeiro-ministro disse reconhecer o direito de Israel se defender de um ataque terrorista, mas que é importante respeitar o direito internacional. Segundo ele, após 30 mil mortes na região, há "dúvidas razoáveis de que Israel esteja cumprindo o direito internacional humanitário". Visita ao Brasil Sánchez está em visita oficial ao Brasil. Em Brasília, após a reunião bilateral com Lula, ele também participa de almoço no Palácio do Itamaraty e tem encontros com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O primeiro-ministro espanhol – que está acompanhado de seu ministro da economia, Carlos Body, e de um grupo de empresários interessados em negócios no país – também vai a São Paulo. Na capital paulista, ele deve visitar as obras de ampliação do metrô da cidade, lideradas pela empresa espanhola Acciona. Depois da passagem pelo Brasil, ele vai ao Chile para se reunir com o presidente Gabriel Boric. O país também conta com forte presença de empresas espanholas.

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