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segunda-feira, 4 de março de 2024
COM NOVA GRANDE ENCHENTE SOB ESPREITA DAS CIDADES MAIS POBRES DO PURUS, ATINGIDOS ALERTAM PARA SURGIMENTO DE SURTOS EPEDEMIOLÓGICOS, DESCASOS, FALTA DE PLANOS CONTRA ENCHENTES E CATÁSTROFES NATURAIS PELAS PREFEITURAS
SANTA ROSA DO PURUS (AM-AC) - O aumento do nível dos rios Acre e Purus, a partir da cidade de Santa Rosa do Purus (AC) à Boca do Acre não é visto com surpresa por parte dos moradores destas regiões desde o ano passado. Foi nessa época do ano que, em 2010-12, quando esses rios começaram a encher por conta do inverno amazônico, apesar da estiagem causada por fenômenos climáticos que atingem o Acre e o Amazonas.
O município do lado acreano é reconhecido com o epicentro de todas as cheias que assolam as mesorregiões entre os estados acreano e amazonense. É de Santa Rosa do Purus que começam a subida das águas que deságuam nas regiões mais baixas do Purus e que chegam ao Amazonas com a maior intensidade (principalmente no período do inverno amazônico).
De forma surpreendente, as cidades acreanas ao longo do rio Purus – e também na terra de Plácido de Castro –, anualmente, são atingidas pela força das águas, restando às autoridades “a agir apenas quando o estado de atenção e de emergência é declarado” pela busca intensa das prefeituras e os dois estados por recursos estaduais e/ou de âmbito federal.
“Nenhum município da mesorregião, acreana e amazonense, do rio Purus, tanto das microrregiões do baixo Purus q2uasnto do Médio Purus, respectivamente, tem plano de contenção para conter impactos causados pelas cheias, admitiram geógrafos de universidades federais do Acre e do Amazonas.
Segundo eles, historicamente, o poder público (município, estadual e federal), desde o século passado “não se dão luxo de estabelecer medidas preventivas aceitáveis de combate às enchentes”. Tampouco, ressaltam fontes, “têm na cartola planos e programas de enfrentamento a catástrofes, como, por exemplo, para combate a surtos epidêmicos, impactos ambientais e no rabo da fila, às enchentes que são previsíveis, anualmente”.
De acordo com o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) – sucedâneo da antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, CPRM, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia -, 18,40 m foi a maior cota do nível do rio Acre registrada em 4 de março de 2015, “data da maior enchei histórica quando mais de 100 mil pessoas foram atingidas no Estado e outros milhares perderam casas, bens (moveis e imóveis), e ribeirinhos de 17 municípios plantações e animais domésticos.
Já no Amazonas, a cota recorde foi de 16, 04 m na cheia de 2009. À época, a Capital Manaus, segundo informações, “o Amazonas pode enfrentar, outra vez, nova enchente severa“. Além de sofrer com os impactos da estiagem que atinge a Amazônia (Oriental e Ocidental) por causa dos fenômenos climáticos a partir do avanço das queimadas e desmatamentos (principalmente, no sul do Estado devido ao crescimento do agronegócio bovino e madeireiro).
De Santa Rosa do Purus à Boca do Acre é o município acreano mais atingido entre os 17 outros já atingidos pela atual enchente do alto rio Purus. Por sua conta e risco, as prefeituras amazonense das cidades de Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama, Tapauá e Beruri, na mesorregião mais baixa e média do rio Purus, “não souberam informar se estão preparadas para o enfrentamento de uma possível e severa enchente”.
Na prática, no lado amazonense, segundo moradores antigos, os primeiros sinais de “grande cheia” no rio Purus começam a partir de Boca do Acre e Pauini, que sofrem influência das enchentes do rio Acre com o nível subindo entre 4 a 5 centímetros por dia. Hoje, o nível do Purus em Canutama registrou subida do nível entre 4 a 5 cm, às 17h, nesta segunda-feira, 4.
Águas "podres" lançados do cemitério direto as ruas do comércio local.
Dentre as cidades da Calha do Rio Purus, Canutama é, historicamente, a mais atingida ao lado de Anamã (Solimões), Beruri, Anori e Manacapuru. Em 2021, como nas cheias anteriores, a cidade foi tomada totalmente pelas águas a partir do bairro São Pedro, além do setor comercial e da orla fluvial (veja vídeo). À época, para chegar à cidade só de canoas e Jet-Sky.
Visão geral da AV. Professor Botinelly no centro de Canutama, totalmente, tomada pelas águas do Purus
Já em Pauini, por sua posição geográfica privilegiada por ter sido construída em áreas de grande altitude, como do bairro Cidade Alta, segundo o morador Israel Amorim (mais conhecido como Barbudão), “as cheias do Purus não ameaçam a cidade”, com exceção de uma pequena área intermediária do porto conhecida por “Trapicho” (veja imagem), parte do volume de água da enchente só atinge a área portuária local.
Assim ficou a cidade de Canutama na última Grande enchente.Bairro São Pedro, área portuária de Canutama.
No pico das cheias, a microrregião do Baixo Purus, área de maior concentração de comunidades formadas por ribeirinhos, extrativistas e povos originais “é a mais atingida pelas enchentes devido à existência de terras caídas compostas por baixões em forma de planícies envolvendo territórios do entorno do Purus”, ele acrescentou ao portal.
Em Lábrea, segundo registros desta segunda-feira, 4, a subida do nível do rio Purus a partir da orla da cidade, “não tem passado dos 3 cm por dia”. O dono de uma oficina ao lado da Unidade Fluvial FUNAI, disse ao portal que, “as chuvas torrenciais tem contribuído para uma possível grande cheia”. Mas, isso ainda não significa que uma grande enchente, como pode acontecer, antes, com a vizinha Canutama, acreditam fontes.
Nas últimas chuvas, a cidade de Lábrea tem dado sinais de um iminente colapso do sistema de drenagem de águas pluviais nas ruas e avenidas (principalmente na área central), com formação de “cachoeiras imensas e enxurradas ladeiras abaixo”, o que viria consolidando à falência do sistema da rede de esgotos”, cujo padrão não seria o recomendado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT”, a denúncia é de acadêmicos da Universidade Aberta e Universidade Estadual (veja vídeo).
“Temos vivido momentos de interdição de vias que dão acesso ao centro e aos bairros, e que reclamam atenção de emergência ignorada por décadas pelo poder público, gerando preocupações com idosos, mulheres e crianças em dias de chuvas fortes recordes”, acrescentaram fontes nesta segunda 4.
CARTA MARCADA - Nas cheias do rio Acre, todos os municípios e a Capital acreana chegam a ser afetadas, um fato resultante da invasão contínua das águas que isolam cidades inteiras, também, ao longo do inverno amazônico como Santa Rosa do Purus, Plácido de Castro, Brasiléia, Xapuri e Epitaciolândia, na dupla fronteira com a Bolívia. A região tem sido atingida, também, durante as vazantes por surtos epidemiológicos, ocasionando falta de água potável, perdas de móveis, imóveis, plantações e animais domésticos.
No conjunto dos prejuízos causados pelas cheias do alto, médio e baixo rio Purus, os dois estados (Acre e Amazonas), historicamente, à cada grande enchente, como a dos anos 2009, 2014 e 2021 – e prevista para 2024, “tem confirmado que nenhum município desses dois estados tem plano de previsão a enchentes ou a previsíveis catástrofes naturais”, afirmam geógrafos acreanos e amazonenses sob sigilo da identidade.
Ainda sobre o assunto, a cidade de Beruri, localizada na região imediata do município de Coari e limites com a Capital Manaus, os primeiros sinais de cheia do rio Purus, em sua posição mais baixa do Médio Purus, “é dado o alerta com as águas invadindo o cemitério da cidade”, atestam moradores locais (veja imagem).
- O cemitério foi construído sobre em um grande charco que remonta os pântanos norte-americanos, arrisca comparar ex-chefe do setor de educação indígena.
ATUALIDADE – As cheias nas calhas dos rios do lado amazonense, segundo acadêmicos consultados, ocorreriam em duas fases do ano no rio Amazonas. Eles informaram que, “há um cruzamento de três fatores”. O primeiro deles é a grande estiagem provocada pelo El Niño que é agravada pela mudança do clima; matéria orgânica em grande quantidade ressecada; e ateamento de fogo em propriedades particulares e dentro de áreas públicas de forma criminosa", diz o ministério do Meio Ambiente e Controle do Clima, em avaliação divulgada em 2023.
Qualquer chuvisca continua desconstruindo a rodoviária de Labrea, considerada "cartão postal".
Este cenário é do principal "cartão postal" da Cidade Polo do Purus"
XICO NERY*
XICO NERY é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, Televisão e Repórter Fotográfico. Trabalhou em A Notícia, Diário do Amazonas, Jornal O Povo do Amazonas, Rede Amazônica de Rádio e Televisão, Agência Amazônia de Notícias (DF), em agências da Amazônia e países da SUDAMERICA
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